Mapa do Antigo Egito, mostrando grandes cidades e sítios (c.
3 150-30 a.C.).
O
Antigo Egito (AO 1945: Egipto) foi uma
civilização da
antiguidade oriental do
Norte de África, concentrada ao longo ao curso inferior do
rio Nilo, no que é hoje o país moderno do
Egito. Era parte de um complexo de civilizações, as "Civilizações do Vale do Nilo", dos quais as regiões ao sul do Egito (hoje no
Sudão,
Eritreia,
Etiópia e
Somália) são uma parte. Tinha como fronteira a norte o
Mar Mediterrâneo, a oeste o
Deserto da Líbia, a leste o
Deserto Oriental Africano e a sul a primeira catarata do
rio Nilo.
[1] O Antigo Egito foi umas das primeiras grandes civilizações da antiguidade e manteve durante a sua existência uma continuidade nas suas formas políticas, artísticas,
literárias e
religiosas, explicável em parte devido aos condicionalismos geográficos, embora as influências culturais e contactos com o estrangeiro tenham sido também uma realidade.
A civilização egípcia se aglutinou em torno de
3 150 a.C.[2] com a unificação política do
Alto e
Baixo Egito, sob o
primeiro faraó, e se desenvolveu ao longo dos três milênios seguintes.
[3] Sua história desenvolveu-se ao longo de três grandes reinos marcados pela estabilidade política, prosperidade económica e florescimento artístico, separados por períodos de relativa instabilidade conhecidos como
Períodos Intermediários. O Antigo Egito atingiu o seu auge durante o
Império Novo, uma era cosmopolita durante a qual o Egito dominou, graças às campanhas militares do faraó
Tutmés III, uma área que se estendia desde a
Núbia, entre a quarta e quinta cataratas do rio Nilo, até ao
rio Eufrates[4], tendo após esta fase entrado em um período de lento declínio. O Egito foi conquistado por uma sucessão de potências estrangeiras neste momento final. O governo dos faraós terminou oficialmente em
31 a.C., quando o Egito caiu sob o domínio do
Império Romano e se tornou uma
província, após a derrota da rainha
Cleópatra VII na
Batalha de Ácio.
[5]
O sucesso da antiga civilização egípcia foi causada em parte por sua capacidade de se adaptar às condições do Vale do Nilo. A inundação previsível e a
irrigação controlada do vale fértil produziam colheitas excedentárias, o que alimentou o
desenvolvimento social e cultural. Com recursos de sobra, o governo patrocinou a exploração mineral do vale e nas regiões do deserto ao redor, o desenvolvimento inicial de um sistema de
escrita independente, a organização de construções coletivas e projetos de
agricultura, o
comércio com regiões vizinhas, e campanhas militares para derrotar os inimigos estrangeiros e afirmar o domínio egípcio. Motivar e organizar estas atividades foi uma tarefa
burocrática dos
escribas de elite, dos líderes religiosos, e dos administradores sob o controle de um faraó que garantiu a cooperação e a unidade do povo egípcio, no âmbito de um elaborado sistema de
crenças religiosas.
[6][7]
As muitas realizações dos antigos egípcios incluem o desenvolvimento de técnicas de extração mineira, topografia e construção que permitiram a edificação de monumentais
pirâmides, templos e
obeliscos; um sistema de
matemática, um sistema prático e eficaz de
medicina, sistemas de
irrigação e técnicas de
produção agrícola, os primeiros
navios conhecidos,
[8] faiança egípcia e tecnologia com
vidro, novas formas de
literatura e o mais antigo tratado de paz conhecido.
[9] O Egito deixou um legado duradouro. Sua
arte e
arquitetura foram amplamente copiadas e suas antiguidades levadas para os mais diversos cantos do mundo. Suas ruínas monumentais inspiraram a imaginação dos viajantes e escritores ao longo de séculos. O fascínio por antiguidades e escavações no início do
período moderno levou à
investigação científica da civilização egípcia e a uma maior valorização do seu legado cultural.